quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

 




retomo a intervenção
dos dedos –
             nós fantasmas
sobre a ferida –
a pulsação da nervura
a ardência do real
 
persigo a imprecisão
de cada endereço
tão baixo que nem escuto
o rompimento de meus dentes
e o choque da língua
na espessura
do banal
 
esqueço a intervenção
e retorno a uma casa diferente
a cada vez
 
modulo a voz conforme
a extensão do enigma
dirigido a mim mesmo
                     no futuro
 
grão a grão
nos azulejos da boca
aberta
 
e assombrada no tempo
de água cristalina na

concha
              da mão


luiz carlos quirino
 
 

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