o homem bomba dorme o sono dos justos e sonha com meus pés se
ferindo nos escombros de sua obra. tento reconstruir inutilmente a cidade.
estou sozinho – a não ser por aquele que dorme e me tem perambulando entre seu
espírito e o nada. encontro uma flor chamuscada e a ofereço ao responsável pela
destruição. ele a recusa e diz que os homens e as mulheres possuem livre-arbítrio
– então sua consciência se faz tranquila como a de uma criança. que o corpo não
pode ser nada mais do que o que se consegue reerguer continuamente a partir da
caliça pisada e repisada pelos sobreviventes que passam sobre os viventes para
se banhar no pó – argamassa do sonho e eventualmente da vigília.