domingo, 28 de fevereiro de 2021

 

Béla Tarr e seus cachorros encharcados
precipitam as ruínas de um homem
inútil se ele se esconde
atrás de um muro
e a câmera o
segue
 
em
close-up

nada
pop
 
depois de ter perdido o sapato
embarrando as meias brancas  
num tipo de dançando
na chuva do fim
do mundo
 
deformado entre vapores
de álcool e descrença –
niilismo em agitação
 
correndo com os cachorros
numa bela tarde em que
a chuva cai

luiz carlos quirino 
 

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