sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019







face rubra e mãos trêmulas
como se houvesse esperança
como se amanhã o dia retornasse
e a vida fosse possível

o mundo é extremo – e caímos sempre

que as olheiras escrevam nos olhos
acostumados ao oco das órbitas

os mortos febris suportam o
peso da terra e o nosso
os ossos por todos os lados
apoiam as casas vazias
vidas breves e velozes
negociadas no escuro
cada qual como um
pequeno relógio obsoleto
os ponteiros de animal
jogado na máquina do mundo
[matadouro contínuo]

o terror vindouro é
página-quebranto
pondo em prática
atávica – errando
com ênfase e
fulguração
full
or

off


LUIZ CARLOS QUIRINO

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