domingo, 31 de março de 2019





Dia e noite quase sempre indistintos
das marcas no rosto e da voz fraquejante
a luz que se extingue nos olhos
da luta que principia
a cada segunda-feira em nossa derrota
tantos livros como uma droga
que nos impossibilita
quereríamos nunca ter experimentado
a alucinação das palavras dispostas na folha
dia após dia – página após página
consumidas pela voracidade de animal cativo
colérico – amansado – porém – pela coleira
sobreviveu como se não tivesse
como um castigo
inebriado por tudo já dito
menos o principal – por isso a loucura
e no intervalo a vida
tão mais precária
quanto mais tentamos construí-la
assentá-la sobre a pedra
dizer o fora como a nós mesmos
indistinto como a nós mesmos


luiz carlos quirino

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