sopro a translucidez que
se acerca do real como reflexo
extraindo dos objetos a luz mais pura
apesar do peso extraordinário
___________que transportam
os blocos desaparecem na neblina
ela talvez fosse tão dura e intensa
quanto a muralha erguida entre a
verdade e a própria visão
me admira a perenidade do que vive
sob a claridade mais atordoante
e não esconde
e não se evade
dos afetos distribuídos na superfície
de asfalto ou de palavras ou de prisma
explico estas coisas a mim mesmo
como se eu fosse um outro
para ter alguma certeza de que ainda existo
na américa latina pulmão mãos e fantasia
em que cada relação reaviva uma colônia
quando aciono a claridade artificial
as paredes ganham ainda menos dureza
quando esmurramos as paredes as mãos
duras ganham uma claridade artificial
já não contamos os dias como no tempo
em que andávamos soltos
eu me lembro
riscamos na parede e esperamos
poder deixar nossa célula
eu me lembro
sopra-se a fantasia interminável
na américa latina – apaga-se
luiz carlos quirino
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