e nada mais pesa em meu bolso
nem mesmo os pecados de hoje
então porque ainda recebemos a
visita fantasmagórica das máqui
-nas que devoram o sono do mu
-ndo
sob meus pés a trepidação elétrica das
ferramentas usadas na perfuração das
galáxias individuais
projéteis que riscam a estatística dos
corpos e seus pontos nos gráficos
medindo a dimensão das convulsões
delicado tecido que se rasga
mergulho na insuspeita
tragédia dos sonhos
de construção de
uma cidade segura
contra os mortos
capaz de produzir vida
em sua saturação máxima
ultrapassando a barreira
que separa os dois mundos
onde máquinas extraem a carne
angelical dos ditadores e fabricam
capachos para as portas
pelos subúrbios nas tardes de verão
em ruas morbidamente iluminadas
e os passos desarticulam
o corpo produtivo até o limite
e a rosa de asfalto engole
deus – máquina faminta
luiz carlos quirino
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