o aberto abarca todo o fora
como um dentro que se abre
em violenta indiferenciação
e o rosto se transforma no mundo
que lê meu semblante intraduzível
e os rios ao sul do futuro
invadem as margens
onde crianças dormem
nas casas em chamas
agora
despertamos submersos
agora
os submarinos planam
acima
e abaixo e ninguém
consegue pronunciar
o palíndromo que é meu
nome
já fomos adultos incompletos
quando sonhávamos
compulsivamente
tanto
quanto
mentíamos
não
não é verdade ou
talvez seja
não sei
corre
corre
para que tuas mãos
voltem a ser ágeis
corre
como se não fosses glacial
sobre o gelo que se rompe
– aberto que engole o corpo
a obesidade dos crimes
sobre uma fina camada
cortante
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