silenciavam as marés
do início ao fim
resistiam como
alucinação
vagarosa
ou saliva
onde deveriam
ser lançados os dados
viciados na ruína
a face marcada desde antes –
desistir já seria uma vitória
mas sou lançado
continuamente
na invisível correnteza
imitação de afogamento
quando os braços traçam
círculos no ar e remam
jogo que não pode ser dito
sem rasura dos dedos
se acontece de eu
estar vazio
como hoje
imitação
do corpo em terra nova
renovação do barro
no limite do rompimento
a ausência tenta produzir-se
e perder-se
– dizer-se
se confunde
ao mutismo ao elidir
o que é dito numa
miragem
luiz carlos quirino
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