a poeira se demora sobre os objetos em silêncio porque o
tempo sustenta nas mãos uma duração maior que sua força – a pele antiga se descama
e enruga deixando rastros de cansaço e lentidão à mostra – hoje minha
transparência exibiu rachaduras – e a luz me atravessou com a mesma facilidade
que uma faca extrai as tripas de um peixe – a poeira às vezes levita pela
estrada de sol que passa pela fresta da janela e foge – foge como se eu pudesse
revelar seu segredo
luiz carlos quirino
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