sábado, 9 de maio de 2020


e os pés desaprenderam
a tocar o chão
de tanto seguir caminhos
que os fizeram delirar
ou talvez seja meu corpo inteiro
irradiando reflexos sanguíneos
– translúcido e sem peso

y hasta lês hablé de los oráculos
y sibilas de la Antigüedad
y de que los delírios
nos precipitavam
contra o tempo circular
porque nada acaba nunca

e a vertigem é a forma
de vida do animal que uso
para contar em palmos a distância
entre meus pés e os estranhos sonhos
que me assombram na vigília

me fazendo cego
nas primeiras horas
animal tateante sobre
uma superfície metafísica
quando o sonho em cacos
retalha a manhã cotejando
sobre as casas ainda
apagadas



luiz carlos quirino

Nenhum comentário:

Postar um comentário