dócil à voz do ser
– escoa
todo
o pensamento nos
corredores anacrônicos
tão largos quanto as
artérias da metrópole
em cada esquina um acidente
bloqueia o fluxo das horas
exaure
minha
gramática
de aporias
e apostas no
amanhã
atrás de cada janela iluminada
um duplo do que poderia ter sido
preso ao anagrama da vida provável
como léxico das coisas do mundo
ontem
após
ontem
agora conto apenas com o trabalho
de minhas próprias mãos: do
ser no tempo – sein und zeit
atrofiado entre os dedos
e os dentes cerrados
machucam a voz
– logos do corpo
sentado à espera
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